quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Cinema: A invenção de Hugo Cabret


Olá pessoal!
Hoje eu venho falar um pouco de cinema!

Ontem fui assistir ao filme "A invenção de Hugo Cabret" um dos indicados a melhor filme em 2012 e que, infelizmente não levou essa... Mas levou todos os prêmios técnicos mais importantes da premiação do Oscar.


O filme é incrivelmente bom e nos faz olhar pra trás, resgatar o cinema como ele era antes, como tudo se iniciou... E ao pensar nisso, penso que parece às vezes que há algum tipo de espionagem nos cinemas de Hollywood, porque não parece ser somente coincidência, no mesmo ano, dois filmes indicados ao prêmio de melhor filme do ano terem essa temática: o resgate ao antigo, ao tradicional, puro e simples. Porque, todos sabemos que o filme "O artista" que ganhou o prêmio máximo esse ano também tem essa temática mostrando novamente um filme da década de 20, preto e branco e mudo!

Acho que na verdade foi uma 'fase' da academia em aproveitar o que de bom foi feito e tentar mostrar ao mundo a magia do cinema como ele realmente é, foi... Sei lá! Pois hoje em dia, tem filmes que nem atores e atrizes têm direito com cenários totalmente fabricados com sistemas gráficos complicadíssimos que chega a estar fora da compreensão de leigos.

Enfim...
Eu li uma crítica do filme "A invenção de Hugo Cabret" no Blog Nervision e achei muito bem escrito e, por concordar com as palavras dele, resolvi reproduzir aqui:

É impossível não se encantar com a nova obra do excelente (um dos melhores em atividade) cineasta Martin Scorsese, A Invenção de Hugo Cabret, e manter a objetividade ou a imparcialidade diante de um filme que, assim como a cebola de Shrek, tem tantas camadas. E falar sobre todas elas daria material para diversos posts sobre a história do cinema , sobre a utilização do 3D, sobre a metalinguagem, sobre metáforas… Tudo que faz com que este filme, aparentemente simples, se revele uma miríade de significâncias e significados, como diria Fred Flintstone (essa referência somente os fortes entenderão).
Na primeira camada, temos o conto sobre um menino, cuja vocação é a de consertar coisas. Orfão de um relojoeiro, Hugo passa seus dias mantendo os relógios da Gare Du Nord funcionando. E ao mesmo tempo em que ele mantém o tempo correndo, ele é o cronista do pequeno universo que ali se desenvolve, uma micro-Paris dos anos 30 dentro de uma estação de trem. Todos precisando de algum tipo de conserto. Inclusive o terrível Inspetor da estação com sua perna mecânica e sua vida no automático, sem sentimentos. Mesmo com sua vocação para consertar as coisas, Hugo, precisa enfrentar a maior quebra de todas: a morte de seu pai e a solidão.
Solidão que só não é maior pois ele carrega consigo a esperança de consertar um autômato (uma espécie de robô), que servia de elo com seu pai, e no qual ele, em sua inocência de criança, acredita haver uma mensagem secreta de seu pai, diretamente do mundo dos sonhos.
Mas ao tentar roubar as peças para consertar o autômato, ele conhece um velho amargo, dono de um loja de brinquedos na estação e de conhecimentos de ilusionismo e truques de salão. E a vida quebrada desse velho se torna o próximo objetivo de Hugo: consertá-la de qualquer maneira.
Acontece que esse velho amargurado é ninguém menos que um dos pais do cinema, o primeiro a ver os filmes como possibilidade de transformar sonhos em realidade e usar trucagens e efeitos especiais nos filmes.
Na segunda camada temos um cineasta, apaixonado por cinema, Martin Scorsese, cuja paixão é tão grande que, certamente, ele não conseguiu ficar sentado em seu escritório vendo atrocidades sendo feitas em nome do lucro, principalmente utilizando essa “nova tecnologia” chamada 3D e resolveu se levantar e mostrar ao mundo como é que se faz um bom filme em 3D.
E ao mesmo tempo, mostrar ao mundo o que é cinema, o que são os clássicos e vai além… pega filmes de Georges Meliés (personagem chave do filme) e converte para o 3D, de maneira impressionante, provando que filmes com mais de 100 anos de idade são tão interessantes (ou mais) do que os feitos hoje.
E em uma terceira camada, temos o cineasta historiador louco para apresentar às novas gerações um personagem fundamental para a história do cinema e um dos responsáveis por estarmos vendo um filme como Hugo.
Assim como o menino e a menina do filme partem em uma jornada através da história do cinema e se encantam com cenas clássicas de Mélies, de Buster Keaton, se divertem ao conhecer a história da primeira projeção de um filme feito pelos Irmãos Lumiére (aquela em que todos achavam que o trem do filme iria atropelar todo mundo na sala. Pense bem, nos olhos destreinados daquela primeira plateia), os meninos e meninas da plateia também viverão essa jornada.
E mais, o cineasta apaixonado poderá recriar tais cenas, assim como ele acreditou que elas aconteceram… Assim como em seus sonhos! Tudo isso utilizando a única forma de mágica comprovadamente real: o cinema.
"E só para esclarecer, mais do que cineasta, Scorsese também é historiador de cinema e sempre foi uma figura importante no resgate de obras antigas e importantes da cinematografia americana e mundial".
Porém, se tudo isso encanta como homenagem, como resgate e como jornada, falha um pouco como história, já que não há nada de inovador na trama do filme. Muito sofrimento, muitos obstáculos a serem vencidos e um roteiro com alguns furos maiores que o causado na Lua de Meliés… Além de um certo tipo de melodrama que parece escapar de uma visão errônea de Scorsese sobre como deveria ser um filme infantil.
Mas isso é um detalhe, é a imperfeição inerente das coisas que beiram a perfeição. E bons exemplos disso estão na fotografia inspirada, na direção de arte que recria a Gare Du Nord dos anos 30 com uma perfeição além da original e uma Paris cheias de cores e sombras.
A revelação fica para Asa Butterfield, que dá vida a Hugo Cabret que tem um olhar hipnotizando, difícil de se desviar e mais difícil ainda de não simpatizar.
Cloe Grace Moretz, Bem Kingsley e até Sasha Baron Cohen estão ótimos. Mas nenhum deles fica acima da mensagem do filme, de todas as camadas explanadas anteriormente, já que esse era o grande objetivo de Martin Scorsese.
E para finalizar, fica a dica de que esse é um dos poucos filmes obrigatório de ver em 3D, já que foi pensado e filmado para ser visto assim. É absolutamente lindo viajar pelas engrenagens dos relógios da estação , pelas ruas de Paris e pelos filmes de Meliés em três dimensões.
Vá com a mente e o coração aberto, e se você se diz amante do cinema, prepare-se para a jornada da sua vida.
por Paulo Ferro Jr.
17.02.2012 
Realmente, vale mesmo a pena ver!
Pena não ter ganho o prêmio de melhor filme mas, ainda vou assistir "O artista" e expressar aqui a minha opinião... Quem sabe seja ainda mais apaixonante!

E aí, já assistiu ao filme? O que acharam?
Vão assistir?

Um bom filme pra vocês!

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